Breves palavras para ti, mãe: fica tranquila, que a tradição da nossa sopa de castanhas vai prosseguir!
Como sabes, há coisas que eu NUNCA cozinhei, pois elas faziam parte do teu pelouro de matriarca da família: os velhoses, a sopa de feijão branco com couve, a sopa de castanhas...
Em 2016, por já estares tão doente, não houve na nossa casa, pela primeira vez, a tradicional sopa de castanhas, na sexta feira santa... e eu senti-me como que desasada, não me perguntes porquê! Talvez porque aquela quebra na tradição fosse um prenúncio da tua própria ausência...
Partiste em outubro.
Esta é a minha primeira sexta-feira santa sem ti... e percebi que estava na hora de eu segurar no facho - tal como nos jogos olímpicos - e continuar com esta tradição da família!
Sei que o sabor que tu lhe davas era único, mas tentarei dar o meu melhor para que, ao menos, a minha sopa de castanhas doce traga à memória dos nossos o afago da tua presença.
Ah!!! E não posso deixar de esquecer a eterna disputa da quantidade de doce que era suposto a sopa ter: eu e o pai queríamos sempre um pouco mais, o mesmo acontecendo depois com a Tita.
E mesmo os que não apreciavam esta sopa, habituaram-se de tal forma a ela na mesa, neste dia, que ficarão mais tranquilos quando a virem aparecer!
E sim, não me vou esquecer de congelar um pouco da sopa para dar à Tita.
Beijos, Mãe.
Beijos, Pai.
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